RETRATO DE LUÍS XIV: ÍCONE DO ABSOLUTISMO MONÁRQUICO 24 de março de 2015
A pintura de Luís XIV, o rei Sol, em trajes da coroação, é muito mais do que um retrato do rei. Ela está repleta de símbolos e de elementos decorativos, intencionalmente inseridos pelo pintor, para exaltar o poder e a soberania real e reforçar a legitimidade do monarca absoluto. Mais do que um “retrato oficial” de Luís XIV, esse quadro é a representação iconográfica do absolutismo de origem divina e o retrato que criou a imagem real arquetípica dos soberanos europeus.
O pintor, a obra e sua época
Hyacinthe Rigaud (1659-1743), pintor francês de origem espanhola, ainda jovem se distinguiu por sua habilidade e precisão em representar detalhes de roupas, drapeados, sedas, veludos, rendas, joias e ornamentos diversos. Em 1682, ganhou o Prêmio de Roma, uma bolsa anual para artistas promissores (pintores, escultores e arquitetos), criada durante o reinado de Luís XIV.
Rigaud tornou-se o retratista preferido de nobres, clérigos, embaixadores e burgueses ricos. Sua obra é hoje considerada uma fonte sobre a moda da época e uma iconografia do Antigo Regime. Entre seus clientes reais, figuram três célebres monarcas do período: os reis da França Luís XIV e Luís XV, e o rei da Espanha, Filipe V.
O retrato de Luís XIV foi encomendado pelo próprio rei para oferecer de presente ao seu neto Filipe V, recém entronizado rei da Espanha, em 1700. A obra agradou tanto a Luís XIV que este decidiu ficar com ela e ordenou a Rigaud que fizesse uma cópia do mesmo tamanho para enviar ao neto (datada de 1710). Posteriormente, outras cópias foram feitas para sedes de órgãos políticos e judiciários. Conhece-se trinta cópias do quadro na França.
A pintura original decorou, inicialmente, os aposentos do rei, no palácio de Versalhes. Depois, foi fixada sobre o trono e, na ausência do rei, servia para representá-lo. Diante do retrato do rei, os cortesãos deviam tirar o chapéu e reverenciá-lo. Era proibido de dar as costas à pintura.
O retratado: Luís XIV, o rei Sol
Luís XIV, o rei Sol (1638-1715) tinha apenas quatro anos de idade quando seu pai, o rei Luís XIII, morreu. Considerando que, desde então, ele era o rei por direito de França e Navarra, seu reinado de 72 anos é um dos mais longos da história europeia. Sua mãe, Ana da Áustria foi regente em seu nome até 1661, quando morreu seu principal ministro, o cardeal italiano Mazzarino. A partir de então, começou o reinado pessoal de Luís XIV. Neste mesmo ano, iniciaram as obras do Palácio de Versalhes, construído a partir de um modesto pavilhão de caça usado por Luís XIII.
Luís XIV apoiava o conceito do direito divino dos reis e deu continuidade à política de seus predecessores criando um governo centralizado a partir da capital. Procurou eliminar os últimos vestígios de feudalismo que ainda existiam em algumas partes do país e pacificar a aristocracia, oferecendo a muitos membros da nobreza a oportunidade de morar no seu luxuoso Palácio de Versalhes. Por esses meios, Luís XIV se tornou um dos monarcas franceses mais poderosos da história e consolidou o sistema da monarquia absolutista que perdurou na França até a Revolução Francesa (1789).
Fonte: https://ensinarhistoriajoelza.com.br/o-retrato-do-absolutismo-monarquico/?fbclid=IwAR2o2amQBbydfWf9Vt6C3hntcd2gWVB2YX_4ZIFudAoQG4zBaKDv0tOw7fE
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